sexta-feira

Uma praticidade contemporânea


Aula de português:

 Pena que não podemos mostrar aos alunos. Num instante eles iriam entender...

- “Filho da puta”é adjunto adnominal, quando a frase for:
"Conheci um político filho da puta".

- Mas se a frase for:
"O político é um filho da puta", daí, é predicativo.

- Agora, se a frase for:
"Esse filho da puta é um político", é sujeito.

- Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do político e diz:
"Agora nega o roubo, filho da puta!" - daí é vocativo.



- Finalmente, se a frase for:
"O ex-ministro..., aquele filho da puta, desviou o dinheiro das
estradas" daí, é apôsto.

Que língua a nossa, não?!


Agora vem o mais importante para o aprendizado:

- Se estiver escrito:
"Saiu da presidência em janeiro do ano passado e ainda se acha
presidente."

O filho da puta é sujeito oculto...


quinta-feira

Variação lingüística

Assaltante Nordestino

Ei, bichim...
Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula nem se cague e nem faça
bagunça...Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim senão enfio o peixeira no teu bucho e
boto teu pra fora!”
Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome de moléstia...

Assaltante Mineiro

Ô sô, prestenção... Isso é um assalto, uai...
Levanta os braços e fica quetin que esse trem na minha mão tá cheio de bala...
Mió passá logo os troado que eu num tô bão hoje.
Vai andando, uai! Tá esperando o que uai!!Assaltante Gaúcho
Ô guri, ficas atento... Báh, isso é um assalto.
Levantas os braços e te quieta, tchê.
Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê.
Passa as pilas prá cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.

Assaltante Carioca

Seguiiinnte, bicho ... Tu te fudeu. Isso é um assalto...
Passa a grana e levanta os braço rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra caralho
Vai andando e se olhar pra trás vira presunto...

Assaltante Baiano

Ô meu rei... ( longa pausa)
Isso é um assalto... (longa pausa)
Levanta os braços, mas não se avexe não... (longa pausa)
Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem
devagarinho...
(longa pausa)
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não esquenta,
meu irmãozinho,
(longa pusa)
Vou deixar teus documentos na encruzilhada...

Assaltante Paulista

Ôrra, meu... Isso é um assalto, meu... alevanta os braços, meu. 
Passa a grana logo, meu...
Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do
jogo do Curintia, meu... Pô, se manda, meu...

Assaltante de Brasília

Querido povo brasileiro, estou aqui, no horário nobre da TV para dizer que no final do mês,
aumentaremos as seguintes tarifas: água, energia, esgoto, gás, passagem de ônibus, IPTU, IPVA,
licenciamento de veículos, seguro obrigatório, gasolina, álcool, imposto de renda, IPI, ICMS, PIS,
COFINS.


Texto Retirado da Internet – Autor Desconhecido

segunda-feira

Pss 2013 - Literaturas


Os programas das matérias serão os que estão disponíveis no site www.coperve.ufpb.br, com pequena modificação na lista das obras literárias indicadas para leitura integral, que passa a ser:

PSS 1:

- MENDES, Murilo. Os melhores poemas de Murilo Mendes. Seleção de Luciana Stegagno. São Paulo: Global.
- PENA, Martins. O noviço / O judas em sábado de aleluia. São Paulo: Ática.
- PONTE PRETA, Stanislaw. Gol de padre e outras crônicas. São Paulo: Ática. (Para Gostar de Ler 23).

PSS 2:

- ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Ática.
- BILAC, Olavo. Os Melhores Poemas de Olavo Bilac. Seleção de Marisa Lajolo. São Paulo: Global.
- MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Os melhores contos de Machado de Assis. Seleção de Domício Proença Filho. São Paulo: Global.

PSS 3:

CONTOS BRASILEIROS II. São Paulo: Ática. (Para Gostar de Ler 9).
- MELO NETO, João Cabral. Os melhores poemas de João Cabral de Melo Neto. Seleção de Antônio Carlos Secchin. São Paulo: Global.
- REGO, José Lins do. Usina. Rio de Janeiro: J. Olympio.

sexta-feira

Uma cultura em extinção

BBB (Big Brother Brasil
Tradução: Grande Irmão Brasileiro ou Grande Irmão do Brasil, ou ainda algo semelhante, etc.

Como pode uma nação render-se a tais insultos a sua inteligência, exemplo claro de alienação, de fingimento em larga escala, de descompromisso social?
Onde vamos chegar com isso?
Acredito que grandes historiadores em respeito a grande nomes de nossa História mundial, a cada exibição do programa, sintam-se envergonhados, humilhados e até desrespeitados por ter meros personagens de um programa fútil chamados de HERÓIS. Assim como membros mais curiosos e críticos de nossa sociedade também sintam da mesma forma.
Repito, é um insulto a nossa inteligência, é exemplo de retrocesso cultural.

Bato palmas para Luis Fernando Veríssimo, Carlos Nascimento e tantos outros que assim como EU sentimos envergonhados por tudo isso que acontece. 


Cristóvão Lopes

Pensei em comentar mais sobre o assunto, mas qualquer comentário a mais redundaria no exposto a seguir.



BBB por Luis Fernando Veríssimo



Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. [...] Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. 
[...] Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade. 
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? 
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. 
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia. 
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. 
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns). 
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo. 
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!! 
Veja o que está por de tra$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. 
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores). Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. 
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade. 

Obs.: BBB* - Big Brother Brasil 

( Luís Fernando Veríssimo )

Já fomos mais inteligentes por Carlos Nascimento



Carlos Nascimento, Jornalista.