domingo

Pensa que é mole ser matuto!!

FUTIBÓ MATUTO
LEIA TUDO DE Francisco Canindé
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Texto
-1-
Hoje o pessoa do mato
Já ta se civilizando
Já tem rapaz estudando
Pras banda da capitá
Já tem moça que namora
Com o imbigo de fora
Edicetra e coisa e tá
-2-
Mais essas coisas eu estranho
Me dano e num acumpanho
A tá civilizaçäo
E até que a morte me mate
Nunca fui numa buate
Nunca vi televisäo
-3-
E esse ta de cinema
Eu num sei nem cuma é
Se é home, se é mulé
Se vem da lua ou do só
Um triatro eu nunca vi
E também nunca assiti
Um jogo de futibó
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É isso mermo paträo
Eu nasci pra ser matuto
Vivê qui nem bicho bruto
Dando de cumê a gado
E eu acho qui sou gente
Pruquê um véi meu parente
Dixe que eu sou batizado
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Mas por arte dos pecado
Um fí de cumpade Chico
O fazendero mais rico
Dali daquele arrebó
Cum priguiça de istudá
Invento de inventa
Um jogo de futibo
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E no paito da fazenda
Mandou butá duas barra
E eu fui assití a farra
Do lote de vagabundo
Mas quando eu vi afrouxei
E acredite que eu achei
A mio coisa do mundo
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Eu cabo lazarino
Cum dois metro de artura
Os braço dessa grossura
Mdo pra mim é sulipa
De jogar tive um palpite
E acertei o convite
Prumode joga de quipa
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Me dero um carçäo listrado
E um pá de jueieira
Também um pá de chtera
E uma camisa de gola
E eu gritei “arra diabo
Eu já peguei touro brabo e segurei
Pruquê num pego uma bola?”
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Sei que o jogo cumeçô.
O juiz bom e honesto
Pra cumeçá era Ernesto
O nome do apitador
Qui mitido a justicêro
Prumode o jogo pará
Bastava agente chuta
A cara dum cumpanhêro
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Bola vai e bola vem
Um ta de Zé Paraíba
Inventô de dá um driba
Num fí de Chica Brejera
Esse lhe deu uma rasteira
Qui o pobre do matuto
Passou uns cinco minuto
Inrolado na pueira.
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O juiz mandou chutá
Uma bola contra eu
Pruquê meu fubeque deu
Um coice no Honorato
Aí o juiz errou
Se o fubeque chuto
Ele que pagasse o pato
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Mais afina meu paträo,
Nun gesto de confusäo
Mandei o cabra chuta
Fiquei iinsperando o choque
Tanta força a bola vinha
Que vinha piquinininha
Qui nem bala da badoque
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Quando eu fui pega a bola
Me atrapaei meu paträo
Ela escurregô do braço
Bateu num regiäo
Qui foi batendo e eu caindo
Espulinhando no chäo.
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O povo batero inrriba
Me dero um chá de jalapa
Uns três copo de garapa
Mais um chá de quixabeira
Quando eu tive uma miora
Joguei as chutera fora
Saí batendo a pueira.
-15-
Daquele dia pra cá
Nem pru mode ganha dinheiro
Näo jogo mais de golero
Nem cum chuva nem cum só
Nem aqui nem no diserto
Nunca mais passo nem perto
Dum campo de futibó

1 comentários:

Anônimo disse...

Legal esses textos, foi você que criou?

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