domingo

Concordância Verbal

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Qual a forma apropriada às frases?

1. As diferenças existentes entre homens e mulheres ................. ser um fato indiscutível.

•parece
•parecem

Verbo parecer + infinitivo: tanto pode o parecer concordar com o sujeito e o infinitivo não se flexionar (As diferenças parecem ser...), quanto o parecer permanecer o singular e o infinitivo flexionar-se (As diferenças parece serem...)

2. Alguns cientistas, desenvolvendo uma nova pesquisa sobre a estrutura do cérebro, os efeitos dos hormônios e a psicologia infantil, ............... que as diferenças entre homens e mulheres não se devem apenas à educação.

•propõe
•propõem

O sujeito de propor é o substantivo cientistas: Alguns cientistas propõem...

3. .................. diferenças cerebrais condicionadoras das aptidões tidas como tipicamente masculinas ou femininas.

•haveria
•haveriam

O verbo haver significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica no singular obrigatoriamente.

4. ................... ainda pesquisadores que consideram os machos mais agressivos, em virtude de sua constituição hormonal.

•Existe
•Existem

O verbo existir não é impessoal, mas sim concorda com o sujeito, que, na frase, é pesquisadores: Existem pesquisadores...

5. Como sempre, discute-se se é a força da Biologia, ou meramente a Educação, que ..................... sobre o comportamento humano.

•predomina
•predominam

O sujeito de predominar é o pronome relativo que. Quando o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concordará com o elemento antecedente, que é a força da Biologia, cujo núcleo é força, substantivo no singular, por isso o verbo fica no singular. Poder-se-ia pensar também que o elemento antecedente é composto cujos núcleos são ligados pela conjunção ou. Se assim o fosse, o verbo também teria de ficar no singular, porque há exclusão: se a força da Biologia predominar sobre o comportamento humano, impede que a Educação também predomine.

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Questionamentos

1. .................... dez horas que se .................... iniciado os trabalhos de apuração dos votos sem que se ................... quais seriam os candidatos vitoriosos.
•Fazia, haviam, previsse
•Faziam, haviam, prevesse
•Fazia, havia, previsse
•Faziam, havia, previssem
•Fazia, haviam, prevessem

- O verbo fazer, indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica na terceira pessoa do singular: Fazia.
- O verbo haver, sendo auxiliar de locução verbal cujo verbo principal esteja no particípio, tem sujeito e com ele concorda: Que é que se havia iniciado? Resposta: os trabalhos. Este é o sujeito, um substantivo no plural; o verbo fica, então, no plural: haviam. O pronome se é denominado de partícula apassivadora, que acompanha verbo transitivo direto e transforma o objeto direto em sujeito: que se haviam iniciado os trabalhos = que os trabalhos haviam sido iniciados.

- O verbo prever é derivado de ver, por isso sua conjugação é idêntica à deste: se eles vissem = se eles previssem. O pronome se é denominado de partícula apassivadora, que acompanha verbo transitivo direto e transforma o objeto direto em sujeito: sem que se previsse quais seriam os candidatos vitoriosos = sem que fosse previsto quais seriam os candidatos vitoriosos. O sujeito de prever é a oração quais seriam os candidatos vitoriosos. Quando o sujeito for representado por uma oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular.

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2. No grupo, .................... os trabalhos.

•sou eu que coordena
•é eu que coordena
•é eu quem coordena
•é eu quem coordeno
•sou eu quem coordena

- O verbo ser tem de concordar com o sujeito – eu: sou eu.

- Se o sujeito do verbo coordenar for o pronome relativo que, o verbo terá de concordar com o elemento antecedente: eu coordeno: sou eu que coordeno.

- Se o sujeito do verbo coordenar for o pronome relativo quem, o verbo terá de ficar na terceira pessoa do singular: quem coordena sou eu = sou eu quem coordena.

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3. O verbo está no plural porque o sujeito é composto em:

•À autora e à maioria das pessoas não interessam as vantagens da morte.
•Os sentimentos de gratidão e de amor só conseguem ser eternos enquanto duram.
•Amigos e amigas, não me chamem de inesquecível.
•Pedaços de dor e de saudade cobrem a minha alma esbagaçada.
•Limpos estão os meus olhos e o meu coração.

Encontra-se o sujeito de um verbo perguntando a este o seguinte: Que(m) é que ........? A resposta a essa pergunta é o sujeito.

- Que é que não interessa? Resposta: as vantagens da morte, cujo núcleo é vantagens. O sujeito, portanto, é simples.

- Que é que consegue ser eterno? Resposta: os sentimentos de gratidão e de amor, cujo núcleo é sentimentos. O sujeito, portanto, é simples.

- Quem é que não deve chamar-me? Resposta: vocês. O sujeito é oculto, pois o verbo está no imperativo: há um pedido: não me chamem de inesquecível. Sempre que o verbo estiver no modo imperativo, o sujeito será oculto, com exceção das expressões basta de e chega de, que não têm sujeito. "Amigos e amigas" é vocativo.

- Que é que cobre a minha alma? Resposta: Pedaços de dor e de saudade, cujo núcleo é pedaços. O sujeito, portanto, é simples.

- Que é que está limpo? Resposta: os meus olhos e o meu coração, cujos núcleos são olhos e coração. O sujeito, portanto, é composto.

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4. Qual a frase adequada quanto à concordância verbal?

•Sou eu que primeiro saio.
•É cinco horas da tarde.
•Da cidade à praia é dois quilômetros.
•Dois metros de tecido são pouco para o terno.
•Nenhuma das anteriores está correta.

- Quando o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concordará com o elemento antecedente: eu saio primeiro: Sou eu que primeiro saio.

- O verbo ser, apesar de ser impessoal, concorda com o número indicador de horas e de distância: São cinco horas. / São dois quilômetros.

- O verbo ser é invariável quando seu sujeito for quantidade no plural e o predicativo do sujeito fora uma destas palavras ou expressões: muito, pouco, o bastante, o suficiente, uma fortuna, uma miséria...: Dois metros de tecido é pouco.

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5. Onde há erro?

•Prepararam-se as tarefas conforme havia sido combinado.
•Deve haver pessoas interessadas na discussão do problema.
•Fazem cem anos que Memórias Póstumas de Brás Cubas teve sua primeira edição.
•Devem existir razões para ele retirar-se do grupo.
•Um e outro descendiam de famílias ilustres.

- O pronome se será denominado de partícula apassivadora quando acompanhar verbo transitivo direto e transformará o objeto direto em sujeito: Prepararam-se as tarefas = As tarefas foram preparadas.

- O verbo haver significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica no singular obrigatoriamente. Havendo locução verbal, o auxiliar também ficará no singular: Deve haver pessoas interessadas.

- O verbo fazer, indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica na terceira pessoa do singular: Faz cem anos.

- O verbo existir não é impessoal, mas sim concorda com o sujeito, que, na frase, é razões. Como há locução verbal, o verbo auxiliar é o que concorda com o sujeito: Devem existir razões...

- Quando o sujeito for a expressão um e outro, o verbo tanto poderá ficar no singular quanto no plural: Um e outro descendia... / Um e outro descendiam...

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6. Onde não há erro?

•Ainda resta cerca de vinte alunos.
•Haviam inúmeros assistentes na reunião.
•Tu e ele saireis juntos.
•Foi eu quem paguei as suas dívidas.
•Há de existir professores esforçados.

- Quando o sujeito for uma destas expressões – mais de, menos de, cerca de, perto de – acompanhada de número no plural, o verbo terá de concordar com o numeral: Ainda restam cerca de vinte alunos.

- O verbo haver significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica no singular obrigatoriamente: Havia inúmeros assistentes na reunião.

- Quando o sujeito for representado por pessoas gramaticais diferentes, ocorrerá a seguinte concordância: havendo pronome de primeira pessoa (eu ou nós), a concordância se dará com a primeira pessoa do plural. Não havendo pronome de primeira pessoa, e havendo o pronome tu mais algum outro termo, a concordância tanto se dará na segunda pessoa do plural, vós, quanto na terceira, vocês: Tu e ele saireis juntos / Tu e ele sairão juntos.

- Quando o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular: Fui eu quem pagou as suas dívidas.

- O verbo existir não é impessoal, mas sim concorda com o sujeito, que, na frase, é professores esforçados. Como há locução verbal, o verbo auxiliar é o que concorda com o sujeito: Hão de existir professores esforçados...

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7. Enumere (1) cantamos, (2) cantais e (3) cantam

( ) Ele e ela ....................
( ) Eu e tu ......................
( ) Ele e eu ....................
( ) Eu e ela ....................
( ) Tu e ele ....................

- Quando o sujeito for representado por pessoas gramaticais diferentes, ocorrerá a seguinte concordância: havendo pronome de primeira pessoa (eu ou nós), a concordância se dará com a primeira pessoa do plural. Não havendo pronome de primeira pessoa, e havendo o pronome tu mais algum outro termo, a concordância tanto se dará na segunda pessoa do plural, vós, quanto na terceira, vocês: Tu e ele saireis juntos / Tu e ele sairão juntos. As frases, portanto, ficam assim:

Ele e ela cantam
Eu e tu cantamos
Ele e eu cantamos
Eu e ela cantamos
Tu e ele cantais / cantam
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8. Quais frases estão adequadas?

•Eram duas horas da tarde.
•Fui eu que resolvi o problema.
•Hoje são sete de março.

- O verbo ser, apesar de ser impessoal, concorda com o número indicador de horas e de distância: Eram duas horas.

- Quando o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concordará com o elemento antecedente: eu resolvi = Fui eu que resolvi.

- O verbo ser, ao indicar datas, tanto pode ficar no singular quanto no plural: Hoje é sete de março. (= Hoje é dia sete de março) / Hoje são sete de março (= Hoje são sete dias de março). Claro que se for o primeiro dia do mês, o verbo ficará no singular.

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9. Sr. Professor, peço ao Sr. A fineza de me ...................... a quinta lição, e .............. a ..................... anterior decisão.

•enviar – reconsiderar – sua
•enviardes – reconsiderardes – vossa
•enviar – reconsiderar – vossa
•enviardes – reconsiderardes – sua
•enviardes – reconsiderar – vossa

"Sr." é pronome de tratamento, por isso representa a terceira pessoa do singular. Todos os termos que se referem a pronomes de tratamento devem ficar na terceira pessoa do singular: enviar – reconsiderar – sua.

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10. ................... V. Excelência, se não me apresento pessoalmente ..................., embora aqui esteja, sempre ...................... .

•Perdoai-me – a vós – a vosso dispor
•Perdoe-me – ao Sr. – ao seu dispor
•Perdoai-me – a V. Excelência – a seu dispor
•Perdoe-me – a V. Excelência – a seu dispor
•Perdoai-me – a V. Excelência – ao dispor de V. Excelência

"V. Excelência" é pronome de tratamento, por isso representa a terceira pessoa do singular. Todos os termos que se referem a pronomes de tratamento devem ficar na terceira pessoa do singular: Perdoe-me – seu dispor.

Há duas respostas possíveis: Perdoe-me – ao Sr. – ao seu dispor e Perdoe-me – a V. Excelência – a seu dispor.

É facultativo o uso de artigo diante de pronomes possessivos adjetivos, ou seja, dos pronomes possessivos que acompanham substantivo.

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11. Onde há erro?

•A maioria das mulheres é inteligente.
•A maioria das mulheres são inteligentes.
•Uma ou outra forma estão certas.
•Ainda vai haver noites frescas.
•Pedimos que Vossa Senhoria vos digneis receber-nos.

- Quando o sujeito for uma palavra coletiva acompanhada de substantivo no plural, o verbo tanto pode ficar no singular quanto no plural: A maioria das mulheres é inteligente. / A maioria das mulheres são inteligentes.

- Quanto o sujeito for a expressão um e outro ou uma e outra, o verbo tanto poderá ficar no singular quanto no plural: Uma e outra forma está certa. / Uma e outra forma estão certas.

- O verbo haver significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica no singular obrigatoriamente. Havendo locução verbal, o auxiliar também ficará no singular: Ainda vai haver noites frescas.

- "V. Senhoria" é pronome de tratamento, por isso representa a terceira pessoa do singular. Todos os termos que se referem a pronomes de tratamento devem ficar na terceira pessoa do singular: Pedimos que Vossa Senhoria se digne receber-nos.

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12. Há muitas pessoas que .................. a própria personalidade, tornando-se ................ de objetos.

•renega – escrava
•renegam – escravas
•renega – escravos
•renegam – escravo
•renega – escravas

- Quando o pronome relativo que for sujeito, o verbo concordará com o elemento antecedente: muitas pessoas renegam = Há muitas pessoas que renegam.

- Quem é que se torna escravo de objetos? Resposta: muitas pessoas, portanto elas tornam-se escravas de objetos.

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13. Onde há erro?

•Não se assistia a tais espetáculos aqui.
•Podem-se respeitar essas convenções.
•Pode-se perdoar aos exilados.
•Há de se fazer muitas alterações.
•Não se trata de problemas graves.

- O pronome se será denominado de partícula apassivadora quando acompanhar verbo transitivo direto e transformará o objeto direto em sujeito:

•Podem-se respeitar essas convenções = Essas convenções podem ser respeitadas.
•Há de se fazer muitas alterações = Muitas alterações hão de ser feitas.

- O pronome se será denominado de índice de indeterminação do sujeito quando acompanhar verbo transitivo indireto que tenha objeto indireto expresso na oração. Quanto isso ocorrer, o verbo ficará na terceira pessoa do singular:

•Não se assistia a tais espetáculos aqui, pois assistir é verbo transitivo indireto, e tais espetáculos, objeto indireto.
•Pode-se perdoar aos exilados, pois perdoar é verbo transitivo indireto, e exilados, objeto indireto.
•Não se trata de problemas graves, pois tratar é verbo transitivo indireto, e problemas graves, objeto indireto.

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14. "Eu não sou o homem que tu procuras, mas desejava ver-te, ou, quanto menos, possuir o teu retrato." Se o pronome tu fosse substituído por Vossa Excelência, em lugar das palavras destacadas no texto transcrito, haveria, respectivamente, as seguintes formas:

•procurais, ver-vos, vosso
•procura, vê-la, seu
•procura, vê-lo, vosso
•procurais, vê-la, vosso
•procurais, ver-vos, seu

- "V. Excelência" é pronome de tratamento, por isso representa a terceira pessoa do singular. Todos os termos que se referem a pronomes de tratamento devem ficar na terceira pessoa do singular: procura, vê-la, seu.

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15. Quantas semanas ..................... para eles ..................... o trabalho?

•é necessário, terminassem
•é necessário, terminar
•são necessários, terminarem
•são necessários, terminem
•são necessárias, terminarem

- Que é que é necessário? Resposta: semanas. Eis o sujeito, portanto. Como semanas está no plural e é feminino, a concordância deve seguir o gênero e o número: semanas são necessárias.

- As semanas são necessárias para eles fazerem o quê? Resposta: para eles terminarem o trabalho. O pronome eles é o sujeito do verbo terminar.

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16. Onde não há erro?

•Não se pensam em miséria com dinheiro no bolso.
•Estudaram-se esta matéria.
•Esclareceram-se as dúvidas.
•Comentaram-se muito durante a estréia da peça.
•Convocou-se os candidatos à Prefeitura.

- O pronome se será denominado de partícula apassivadora quando acompanhar verbo transitivo direto e transformará o objeto direto em sujeito:

•Esta matéria foi estudada = Estudou-se esta matéria.
•As dúvidas foram esclarecidas = Esclareceram-se as dúvidas.
•Os candidatos à Prefeitura foram convocados = Convocaram-se os candidatos à Prefeitura.

- O pronome se será denominado de índice de indeterminação do sujeito quando acompanhar verbo transitivo indireto que tenha objeto indireto expresso na oração. Quanto isso ocorrer, o verbo ficará na terceira pessoa do singular:

Não se pensa em miséria com dinheiro no bolso, pois pensar é verbo transitivo indireto, e miséria, objeto indireto.

- O pronome se será denominado de índice de indeterminação do sujeito quando acompanhar verbo intransitivo sem sujeito expresso na oração Quanto isso ocorrer, o verbo ficará na terceira pessoa do singular:

•Comentou-se muito durante a estréia da peça.

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17. Onde há erro?

•Faltam ainda alguns passos seguros para a aquisição de uma vida pacífica.
•Existem criações sensatas capazes de superar até as mais espantosas maldades.
•As desilusões que a perturbam hoje já passaram alguns dias comigo.
•De sinceras intenções, as pessoas estão saturadas.
•Exatamente irreais, suas palavras só contém valores supérfluos.

Os verbos derivados de ter e de vir recebem acento agudo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo e acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente do indicativo:

•Todos os dias ele mantém a calma.
•Todos os dias eles mantêm a calma.
•Todos os dias ele intervém em meus negócios.
•Todos os dias eles intervêm em meus negócios.

O erro, portanto, está na última frase, pois o sujeito do verbo conter está no plural: palavras: Elas contêm.

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18. .................... existir discos voadores, mas muitos testemunhos já ............... que ..................... considerar-se absurdos.

•Podem, houve, podem
•Pode, houve, podem
•Podem, houveram, pode
•Pode, houve, pode
•Podem, houveram, podem

- O verbo existir não é impessoal, mas sim concorda com o sujeito, que, na frase, é discos voadores. Como há locução verbal, o verbo auxiliar é o que concorda com o sujeito: Podem existir discos voadores...

- O verbo haver significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica no singular obrigatoriamente: Já houve testemunhos.

- O pronome se será denominado de partícula apassivadora quando acompanhar verbo transitivo direto e transformará o objeto direto em sujeito: podem considerar-se absurdos = absurdos podem ser considerados.

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19. Onde há concordância adequada?

•O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais são necessários tanto para as atividades artísticas como para as científicas.
•As diferentes divisões e subdivisões a que se submetem a área de ciências humanas provocam uma indesejável pulverização de domínios do conhecimento.
•Normalmente, a aplicação de métodos quantitativos e exatos acabam por distorcer as linhas de raciocínio em ciências humanas.
•Uma das premissas básicas do conjunto de assunções teóricas e epistemológicas do trabalho que ora vem a lume é a concepção da Arte como uma entre as muitas formas por meio das quais o conhecimento humano se expressa.
•Não existem fórmulas precisas ou exatas para avaliar uma obra de arte, não existe um padrão de medida ou quantificação, tampouco podem haver modelos rígidos pré-estabelecidos.

Encontra-se o sujeito de um verbo perguntando a este o seguinte: Que(m) é que ........? A resposta a essa pergunta é o sujeito.

- Que é que é necessário? Resposta: O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais, cujo núcleo é funcionamento. Como o núcleo do sujeito está no singular, o verbo também deverá ficar no singular: O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais é necessário.

- Que é que se submete? Resposta: a área de ciências humanas, cujo núcleo é área. Como o núcleo do sujeito está no singular, o verbo também deverá ficar no singular: As diferentes divisões e subdivisões a que se submete a área de ciências humanas...

- Que é que acaba por distorcer as linhas de raciocínio? Resposta: a aplicação de métodos quantitativos e exatos, cujo núcleo é aplicação. Como o núcleo do sujeito está no singular, o verbo também deverá ficar no singular: a aplicação de métodos quantitativos e exatos acaba por distorcer as linhas de raciocínio.

- O verbo haver significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica no singular obrigatoriamente. Havendo locução verbal, o auxiliar também ficará no singular: tampouco pode haver modelos rígidos pré-estabelecidos.

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20. Onde há erro?

•Isso são verdadeiros absurdos.
•Os Andes ficam na América.
•Entre nós não haviam segredos.
•Isso não passa de absurdos comentários.
•Menos de dois alunos disputam a vaga.

O verbo haver significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica no singular obrigatoriamente: Entre nós não havia segredos.

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21. Não chove ............... meses; mas a esperança e o vigor que sempre ................. no sertanejo não o ................ .

•faz, existiu, abandonou
•faz, existiram, abandonaram
•fazem, existiu, abandonou
•fazem, existiram, abandonaram
•fazem, existiu, abandonaram

- O verbo fazer, indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica na terceira pessoa do singular: Não chove faz meses.

- O verbo existir não é impessoal, mas sim concorda com o sujeito, que, na frase, é o pronome relativo que. Quando o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concordará com o elemento antecedente, que é composto: a esperança e o vigor. Quando o verbo estiver depois do sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela conjunção e, fica no plural: a esperança e o vigor que sempre existiram.

- Que é que nunca o abandonou? Resposta: a esperança e o vigor, por isso, abandonaram, no plural.

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22. Não ............... ainda sete horas, e já ................. muitas pessoas que ................. o início do expediente.

•seriam, haviam, aguardava
•seriam, havia, aguardavam
•seria, haviam, aguardava
•seria, haviam, aguardavam
•seria, havia, aguardavam

- O verbo ser, apesar de ser impessoal, concorda com o número indicador de horas: Não eram ainda sete horas.

- O verbo haver significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica no singular obrigatoriamente: Já havia muitas pessoas.

- Quem é que aguardava? Resposta: muitas pessoas, no plural, por isso aguardavam, também no plural.

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23. Já .............. uns doze anos que ele não voltava à terra natal, por isso não sabia que lá ................. ocorrido mudanças.

•deviam fazerem, havia
•devia fazer, haviam
•devia fazer, havia
•deviam fazer, haviam
•deviam fazer, havia

- O verbo fazer, indicando tempo decorrido, é impessoal, por isso fica na terceira pessoa do singular. Havendo locução verbal, o auxiliar também ficará no singular: Já devia fazer uns doze anos.

- O verbo haver, sendo auxiliar de locução verbal cujo verbo principal esteja no particípio, tem sujeito e com ele concorda: Que é que havia ocorrido? Resposta: mudanças. Este é o sujeito, um substantivo no plural; o verbo fica, então, no plural: haviam ocorrido mudanças.

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24. A apuração dos dois crimes ................. até que se .................... provas decisivas.

•vai continuar, encontrarem
•vão continuar, encontre
•vão continuar, encontrem

- Que é que vai continuar? Resposta: a apuração dos dois crimes, cujo núcleo é apuração. Como o núcleo do sujeito está no singular, o verbo também deverá ficar no singular: A apuração dos dois crimes vai continuar.

- O pronome se será denominado de partícula apassivadora quando acompanhar verbo transitivo direto e transformará o objeto direto em sujeito: que se encontrem provas = que provas sejam encontradas.

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25.

I- Isto ................ migalhas.
II- Nossa vida ..................... loucuras.
III- Vocês ................... meu castigo.
IV- As cores vermelha e negra ..................... a marca do brasão.
V- Hoje .................. doze de janeiro.

•são, eram, serão, eram, são
•é, eram, serão, era, é
•são, era, serão, era, são
•é, eram, serão, eram, são
•são, eram, serão, era, é

- O verbo ser ficará no plural quando o sujeito e o predicativo do sujeito forem numericamente diferentes, ou seja, quando um estiver no singular e o outro, no plural: Isto são migalhas. / Nossa vida eram loucuras. / Vocês serão meu castigo. / As cores serão a marca.

- O verbo ser, ao indicar datas, tanto pode ficar no singular quanto no plural: Hoje é doze de janeiro. (= Hoje é dia doze de janeiro) / Hoje são doze de janeiro (= Hoje são doze dias de janeiro). Claro que se for o primeiro dia do mês, o verbo ficará no singular.

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Concordância Verbal – Verbo no singular ou no plural

O verbo poderá ficar na terceira pessoa do singular ou na terceira pessoa do plural, facultativamente, nos seguintes casos:

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1- Coletivo + restritivo no plural

Quando o sujeito for um substantivo coletivo (ou palavra coletiva) acompanhado de outro substantivo no plural que restrinja seu significado.

•A mecha de cabelos caía-lhe sobre os olhos.
•A mecha de cabelos caíam-lhe sobre os olhos.
•A maioria dos cidadãos brasileiros votou contra a liberação do aborto.
•A maioria dos cidadãos brasileiros votaram contra a liberação do aborto.
Apesar de ser facultativo o singular ou o plural, a frase fica mais elegante usando-se o singular.

* Se o coletivo não estiver acompanhado de restritivo, o verbo ficará no singular: A mecha caía-lhe sobre os olhos. / A maioria votou contra.

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2- Verbo distante do coletivo

Quando o verbo estiver distante do sujeito coletivo.

•A multidão enfurecida atacou os policiais com paus e pedras, mas, mesmo assim, não conseguiu seu intento.
•A multidão enfurecida atacou os policiais com paus e pedras, mas, mesmo assim, não conseguiram seu intento.
A essa concordância dá-se um nome especial: silepse.

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3- Um dos que

Quando o sujeito for a expressão um dos que, o verbo tanto poderá concordar com o pronome demonstrativo os quanto com o numeral um.

•Este homem foi um dos que me procurou para pedir informações acerca do curso.
•Este homem foi um dos que me procuraram para pedir informações acerca do curso.
Se houver substantivo antes do pronome relativo que, o os será artigo, e não pronome demonstrativo, e a concordância se dará com o substantivo ou com um.

•Aquele senhor foi um dos homens que me procurou para pedir informações acerca do curso.
•Aquele senhor foi um dos homens que me procuraram para pedir informações acerca do curso.
* Se o verbo se referir a somente um ser, a concordância no singular será obrigatória:

•Um dos homens que me procurou (ou procuraram) e que preside a empresa em que meu irmão trabalha tentou me subornar.
Nessa frase, mais de um homem me procurou, e, dentre eles, somente um preside a empresa em que meu irmão trabalha.

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4- Nome de obra no plural

Quando o sujeito for nome de obra no plural.

•Os Lusíadas me fez gostar de Literatura.
•Os Lusíadas me fizeram gostar de Literatura.

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5- Foi João e Maria / Foram João e Maria

Verbo antes de sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela conjunção e, estando o primeiro núcleo no singular.

•Foi ao cinema João e Maria.
•Foram ao cinema João e Maria
•Realiza muitas transações comerciais o Brasil e a Argentina.
•Realizam muitas transações comerciais o Brasil e a Argentina.

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6- Nem João nem Maria

Quando os núcleos do sujeito composto forem ligados pela conjunção nem.

•Nem João nem Maria foi ao cinema.
•Nem João nem Maria foram ao cinema.
•Nem o Brasil nem a Argentina realiza muitas transações comerciais.
•Nem o Brasil nem a Argentina realizam muitas transações comerciais.

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7- Um e outro / Nem um nem outro

Quando o sujeito for uma destas expressões: um e outro, nem um nem outro.

•Um e outro político se corrompeu.
•Um e outro político se corromperam.
•Nem um nem outro político se corrompeu.
•Nem um nem outro político se corromperam.
* Se o sujeito for a expressão um ou outro, o verbo ficará no singular: Um ou outro político se corrompeu.

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8- % + substantivo

Quando o sujeito for uma expressão com número indicando porcentagem acompanhado de substantivo, estando um no singular, e o outro, no plural.

•1% dos cidadãos votou / votaram nele.
•10% da população votou / votaram nele.

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9- Sujeito acusativo sendo substantivo no plural

Quando o sujeito acusativo for um substantivo no plural.

•Deixei as crianças entrar atrasadas.
•Deixei as crianças entrarem atrasadas.
* Se o sujeito acusativo for um pronome oblíquo átono, o verbo ficará no singular: Deixei-as entrar atrasadas.

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Concordância Verbal – Verbo no singular

O verbo deverá ficar na terceira pessoa do singular nos seguintes casos:

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1- Coletivo

Quando o sujeito for um substantivo coletivo ou uma palavra coletiva.

•O bando assaltou a joalheria em cinco minutos.
•A maioria votou contra a liberação do aborto.

* Se o coletivo estiver acompanhado de substantivo no plural que restrinja seu significado, o verbo tanto poderá ficar no singular quando no plural, apesar de o singular ser mais recomendável: A maioria dos cidadãos brasileiros votou / votaram contra a liberação do aborto.

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2- Mais de um

Quando o sujeito for a expressão mais de um.

•Mais de um jovem se acidentou nesse fim de semana.
•Mais de um político se corrompeu.

Se a expressão mais de um estiver repetida ou se for recíproca, o verbo deverá ficar no plural: Mais de um automóvel se entrechocaram naquela esquina. / Mais de um candidato, mais de um cabo eleitoral foram presos no dia das eleições.

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3- Pronome relativo QUEM

Quando o sujeito for o pronome relativo quem, apesar de alguns gramáticos também admitirem a concordância com o elemento antecedente.

•Fomos nós quem trouxe os documentos.
•São os homens quem corrompe os homens.

É muito fácil perceber o porquê de o verbo ficar no singular: é só inverter as orações: Quem trouxe os documentos fomos nós. / Quem corrompe os homens são os homens.

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4- Quem de nós / Qual de vós

Quando o sujeito for um dos seguintes pronomes indefinidos ou interrogativos no singular seguidos dos pronomes pessoais nós ou vós, que são antecedidos da preposição de ou dentre: qual, quem, alguém, algum, nenhum...

•Nenhum de nós foi aos Estados Unidos.
•Qual de nós conseguirá realizar os sonhos?
•Quem dentre nós terá a coragem de reclamar?

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5- Minas Gerais

Quando o sujeito for um nome locativo plural, ou seja, nome de lugar no plural, sem artigo.

•Minas Gerais nos deu grandes poetas.
•Alagoas tem belíssimas paisagens.

* Se o nome locativo for antecedido de artigo, o verbo ficará no plural: Os Estados Unidos intervieram na questão.

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6- O.S.S.S.

Quando o sujeito for uma oração (Oração subordinada substantiva subjetiva – OSSS).

•É preciso que nos esforcemos mais.
•Sabe-se que nem todos os políticos são corruptos.

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7- João ou Maria

Sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela conjunção ou com exclusão, ou seja, somente um elemento pode praticar a ação.

•João ou Maria será o representante da turma. (Se João for o representante, Maria não o poderá ser)
•O Brasil ou a Argentina vencerá a concorrência para a venda de minério à Europa. (Se o Brasil vencer a concorrência, a Argentina não a poderá vencer)

* Não havendo exclusão, o verbo ficará no plural: João ou Maria falarão com o diretor. (João falando com o diretor não impede que Maria também fale)

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8- Um ou outro

Quando o sujeito for a expressão um ou outro.

•Um ou outro político se corrompeu.

* O verbo tanto poderá ficar no singular quanto no plural se o sujeito for um e outro ou nem um nem outro: Um e outro político se corrompeu / corromperam. Nem um nem outro político se corrompeu / corromperam.

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9- Joaninha é as minhas alegrias

Verbo ser quando o sujeito, sendo um ser humano, e o predicativo do sujeito forem numericamente diferentes, ou seja, quando um estiver no singular e o outro, no plural.

•Joaninha é as minhas alegrias.
•O homem é cinzas.

* Se o sujeito não for um ser humano, o verbo ficará no plural: Tudo são flores. / O vestibular são as esperanças dos jovens.

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10- Cem reais é pouco

Verbo ser quando o sujeito for uma quantidade no plural e o predicativo do sujeito, um destes elementos: muito, pouco, o bastante, o suficiente, uma fortuna, uma miséria...

•Cem reais é pouco por essa blusa.
•Três pessoas é o suficiente para carregar este piano.

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11- Haver

Verbo haver significando existir, acontecer, ocorrer ou indicando tempo decorrido.

•Houve várias epidemias no Brasil.
•Havia dias que estava à sua procura.

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12- Fazer

Verbo fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno natural.

•Fazia dias que estava à sua procura.
•Já fez 35º à sombra em Cuiabá.

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13- Marchar!

Verbo no infinitivo indicando um comando.

•Levantar!

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14- Fácil de entender

Verbo no infinitivo antecedido de preposição exigida por adjetivo.

•Esses casos são fáceis de entender.
•Os alunos cuiabanos são ávidos por aprender coisas novas.

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15- Infinitivo com o mesmo sujeito

Verbo no infinitivo com o mesmo sujeito do verbo anterior

•Meus amigos conseguiram um empréstimo para pagar a dívida.

* Se o sujeito for diferente do da oração anterior, o infinitivo ficará no plural: Consegui um empréstimo para meus amigos pagarem a dívida.

* Se o infinitivo for pronominal, passivo ou recíproco, mesmo havendo o mesmo sujeito, ficará no plural: Foram obrigados a se sentarem. / Alguns cidadãos estão dispostos a serem explorados pelos políticos. / Trabalhem um pouco em vez de se amarem o tempo todo!

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16- Sujeito acusativo sendo pronome oblíquo átono

Quando o sujeito acusativo for um pronome oblíquo átono (me, te, se, o, a, nos, vos, os, as).

•Deixei-as entrar atrasadas.

* Se o sujeito acusativo for um substantivo no plural, o verbo tanto poderá ficar no singular quanto no plural: Deixei as crianças entrar atrasadas. / Deixei as crianças entrarem atrasadas.

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17- Dar, bater, soar

Os verbos dar, bater e soar indicando horas com sujeito expresso na oração, ou seja, aparecendo na oração o elemento que marca as horas como sujeito: o relógio, a torre, o sino, o celular...

•Deu três horas o relógio da sala.
•Vamos embora! O sino da igreja já bateu seis horas!

* Caso não haja sujeito expresso (o relógio, a torre, o sino, o celular...), o verbo concordará com o número que indica as horas: Deram três horas no relógio da sala.

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Concordância Verbal – Verbo no plural

O verbo deve ficar na terceira pessoa do plural nos seguintes casos:

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1- Mais de / Menos de / Perto de / Cerca de

Quando o sujeito for uma das seguintes expressões, seguidas de um numeral no plural: mais de, menos de, perto de, cerca de.

•Mais de cem pessoas invadiram o plenário.
•Cerca de mil reais desapareceram do cofre.

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2- Mais de um

Quando o sujeito for a expressão mais de um repetida ou indicadora de reciprocidade.

•Mais de um automóvel se entrechocaram naquela esquina.
Nesse caso, há reciprocidade: um automóvel se chocou com o outro.
•Mais de um candidato, mais de um cabo eleitoral foram presos no dia das eleições.
Nesse caso, a expressão está repetida.

* Se a expressão não estiver repetida nem houver reciprocidade, o verbo ficará no singular: Mais de um automóvel foi vendido hoje.

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3- Quantos de nós / Muitos de vós

Quando o sujeito for um dos seguintes pronomes indefinidos ou interrogativos no plural seguidos dos pronomes pessoais nós ou vós, que são antecedidos da preposição de ou dentre: muitos, poucos, alguns, quais, quantos...

A concordância tanto se pode dar com o pronome indefinido quanto com o pronome pessoal.

•Muitos de nós não foram aos Estados Unidos.
•Muitos de nós não fomos aos Estados Unidos.
•Quantos dentre nós conseguirão realizar os sonhos?
•Quantos dentre nós conseguiremos realizar os sonhos?

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4- Os Estados Unidos

Quando o sujeito for um nome locativo, ou seja, nome de lugar, no plural, com artigo.

•Os Estados Unidos intervieram na questão.
•Os Andes formam uma cordilheira magnífica.
* Se o nome locativo não for antecedido de artigo, o verbo ficará no singular: Minas Gerais nos deu grandes poetas.

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5- João e Maria foram

Verbo depois de sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela conjunção e.

•João e Maria foram ao cinema.
•O Brasil e a Argentina realizam muitas transações comerciais.
* Há três exceções, nas quais o verbo fica no singular:

- Se os núcleos forem sinônimos.

•A presteza e a diligência sempre foi minha marca registrada.
- Se os núcleos formarem gradação.
•Um ano, uma década, um século foi preciso para a guerra acabar.
- Se os núcleos forem verbos no infinitivo.
•Divertir-se e espairecer-se faz muito bem à saúde.

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6- João ou Maria

Sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela conjunção ou sem exclusão, ou seja, ambos os elementos podem praticar a ação.

•João ou Maria falarão com o diretor. (João falando com o diretor não impede que Maria também fale)
•O Brasil ou a Argentina poderão negociar com os Estados Unidos. (O Brasil negociando com os Estados Unidos não impede que a Argentina negocie também)

* Havendo exclusão, o verbo ficará no singular: João ou Maria será o representante da turma. (Se João for o representante, Maria não o poderá ser)

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7- Tudo são flores

Verbo ser quando o sujeito (não sendo um ser humano) e o predicativo do sujeito forem numericamente diferentes, ou seja, quando um estiver no singular e o outro, no plural.

•O vestibular são as esperanças dos jovens estudantes.
•A maioria eram homens brutos.

* Se o sujeito for um ser humano, o verbo concordará com ele: Maria é as alegrias da casa.

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8- Dar, bater, soar

Os verbos dar, bater e soar indicando horas sem sujeito expresso na oração, ou seja, sem que apareça na oração o que marca as horas funcionando como sujeito: o relógio, a torre, o sino, o celular...

•Deram três horas no relógio da sala.
•Vamos embora! Já bateram seis horas!
* Se o verbo indicar uma hora (1h), o verbo ficará no singular: Já soou uma hora, e ele não chegou ainda.

* Caso haja sujeito (o relógio, a torre, o sino, o celular...), o verbo concordará com ele: Deu três horas o relógio da sala.

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9- Infinitivo com sujeito diferente

Verbo no infinitivo com sujeito diferente do sujeito do verbo anterior

•Consegui um empréstimo para meus amigos pagarem a dívida.

* Se o sujeito for o mesmo, o infinitivo ficará no singular: Meus amigos conseguiram um empréstimo para pagar a dívida.

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10- Infinitivo pronominal, passivo ou recíproco

- Verbo pronominal no infinitivo

•Foram obrigados a se sentarem.

* Se o verbo não for pronominal, ficará no singular porque o sujeito é o mesmo: Foram obrigados a sair.

- Verbo passivo no infinitivo

•Alguns cidadãos estão dispostos a serem explorados pelos políticos.

* Se não houver valor passivo ficará no singular porque o sujeito é o mesmo: Alguns políticos estão dispostos a explorar os cidadãos.

- Verbo recíproco no infinitivo

•Trabalhem um pouco em vez de se amarem o tempo todo!

* Se não houver valor passivo ficará no singular porque o sujeito é o mesmo: Trabalhem um pouco em vez de reclamar o tempo todo!

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Concordância Verbal – Casos especiais

1- Nenhum dos que

Quando o sujeito for representado pela expressão Nenhum dos que, haverá dois verbos no período:

- o primeiro ficará no plural, pois concorda com o pronome demonstrativo os;

- o segundo, no singular, pois concorda com o pronome indefinido nenhum.

•Nenhum dos que me procuraram preencheu a ficha de inscrição.

Se houver substantivo antes do pronome relativo que, o os será artigo, e não pronome demonstrativo; o primeiro verbo passará a concordar com o substantivo, mas continuará no plural.

•Nenhum dos candidatos que me procuraram preencheu a ficha de inscrição.

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2- Parecer + infinitivo; com sujeito no plural

Há duas possibilidades de concordância quando houver o verbo parecer acompanhado de outro verbo no infinitivo e o sujeito estiver no plural:

- O verbo parecer concorda com o sujeito, e não se flexiona o infinitivo:

•As meninas parecem ser mais estudiosas que os meninos.

Nessa frase, há período simples com locução verbal de ligação (parecem ser), sujeito simples (as meninas), predicativo do sujeito (estudiosas), adjunto adverbial de intensidade (mais) e oração subordinada adverbial comparativa (que os meninos)

- O verbo parecer fica na terceira pessoa do singular, e flexiona-se o infinitivo:

•As meninas parece serem mais estudiosas que os meninos.

Nessa frase, há período composto com oração principal (parece) e oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo (as meninas serem mais estudiosas que os meninos), que equivale a "que as meninas são mais estudiosas que os meninos": Parece que as meninas são mais estudiosas que os meninos.

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3- Pronomes pessoais diferentes

Quando o sujeito for representado por pronomes pessoais diferentes, a concordância se dará da seguinte maneira:

- Havendo pronome de primeira pessoa (eu ou nós), o verbo fica na primeira pessoa do plural: nós.

•Eu, tu e ele iremos no próximo ônibus.

- Não havendo pronome de primeira pessoa, e havendo o pronome de segunda pessoa do singular, tu, o verbo fica na segunda pessoa do plural, vós, ou na terceira pessoa do plural, vocês.

•Tu e ele ireis no próximo ônibus.
•Tu e ele irão no próximo ônibus.

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4- Pronome relativo QUE

Quando o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concordará com o elemento antecedente a ele:

•Eu, que comecei a revolução, fui impedido de continuar.
•Fomos nós que propusemos o acordo.

Se, antes do pronome relativo que, houver pronome demonstrativo (o, a, os, as, aquele, aquela, este, esta...), o verbo concordará com o pronome demonstrativo, apesar de existirem gramáticos que admitam a concordância com o elemento anterior ao pronome demonstrativo.

•Eu, aquele que começou a revolução, fui impedido de continuar.
•Fomos nós os que propuseram o acordo.

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Curiosidades
Os bons livros entretêem as crianças.

Essa frase consta de um fôlder de propaganda de uma livraria. A intenção é boa, mas a falha gramatical desensina os que leem a frase. Mas, será que todos veem a inadequação? Certamente não, já que poucos estudam nosso idioma com a intenção de aprender de fato; os demais creem que a frase esteja adequada ao padrão culto, uma vez que a comunicação foi eficaz, ou seja, quem ler o fôlder, entenderá a mensagem.

Os interessados em falar adequadamente, porém, devem saber que só se duplica o e, sem acentuar essas formas, na terceira pessoa do plural (eles) do presente do indicativo (Tempo caracterizado pela frase Todos os dias...) dos verbos crer, ler e ver e na terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo (Tempo caracterizado pela frase Espero que...) do verbo dar e dos derivados desses quatro verbos: descrer, reler, antever, desdar.... Por exemplo:

Vocês creem em mim?
Eles leem poucos livros.
Eles se veem todos os sábados.
Espero que vocês se deem bem na vida.

Já na conjugação dos verbos ter e vir e seus derivados não ocorre tal duplicação. Na terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir, coloca-se acento circunflexo sobre o e:

Eles têm; eles vêm.

Isso ocorre para diferençar o singular do plural: Ele tem; ele vem.

Os derivados de ter e de vir, além de terem o acento circunflexo no plural, têm acento agudo no singular, em virtude de formarem uma palavra oxítona terminada em em (Todas as palavras terminadas em em cuja última sílaba seja mais forte que as demais recebem acento agudo no em: armazém, neném, também, amém, ele retém, ele mantém, ela se entretém, ele desavém...).

Mas, como saber se um verbo é derivado de ter ou de vir? Simples: conjugue-o na primeira pessoa do singular (eu) do presente do indicativo; se esta estrutura verbal for terminada em tenho, o verbo será derivado de ter; se for terminada em venho, será derivado de vir. Por exemplo:

Eu retenho – ele retém – eles retêm
Eu mantenho – ele mantém – eles mantêm
Eu obtenho – ele obtém – eles obtêm
Eu intervenho - ele intervém - eles intervêm
Eu advenho - ele advém - eles advêm (advir significa surgir como conseqüência
Eu desavenho - ele desavém - eles desavêm (desavir significa brigar)

A frase apresentada contém o verbo entreter, derivado de ter, já que eu entretenho. Ela deveria, então, ser assim escrita:


Os bons livros entretêm as crianças.

por Dílson Catarino às 09:34 1 já escreveram aqui. Links deste artigo
sexta-feira, 7 de março de 2008
Partícula Apassivadora x Índice de Indeterminação do Sujeito

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Partícula Apassivadora:

A palavra se será partícula apassivadora, quando acompanhar verbo transitivo direto com objeto direto. Este (o objeto direto), que é o elemento paciente, transforma-se em sujeito, e o verbo tem de concordar com ele.

Uma maneira simples para saber se há partícula apassivadora, é transformar a frase para a passiva analítica. Por exemplo:

Compram-se carros usados. = Carros usados são comprados.

A palavra se, então, é partícula apassivadora, o verbo comprar é transitivo direto e carros usados, o sujeito do verbo comprar. Como o sujeito está no plural, o verbo também tem de estar.

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Não se aceitam devoluções de mercadorias.

O verbo aceitar é transitivo direto (quem aceita, aceita algo); devoluções de mercadorias é objeto direto. O objeto direto se transforma em sujeito, pois o se é partícula apassivadora. A frase se equivale a Devoluções de mercadorias não são aceitas.

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Procuram-se políticos íntegros e de boa vontade.

O verbo procurar é transitivo direto (quem procura, procura algo); políticos íntegros e de boa vontade é objeto direto. O objeto direto se transforma em sujeito, pois o se é partícula apassivadora. A frase se equivale a Políticos íntegros e de boa vontade são procurados.

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Índice de Indeterminação do Sujeito:

A palavra se será pronome de indeterminação do sujeito, quando surgir junto aos seguintes verbos:

Verbo transitivo indireto acompanhado de objeto indireto;

Verbo transitivo direto acompanhado de objeto direto preposicionado;

Verbo de ligação acompanhado de predicativo do sujeito;

Verbo intransitivo SEM sujeito claro.

Nesses casos, como o próprio nome do se indica, o sujeito será indeterminado. O verbo terá de ficar, obrigatoriamente, na TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR. Por exemplo:

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Necessita-se de pessoas qualificadas.

O verbo necessitar é transitivo indireto (quem necessita, necessita de algo); pessoas qualificadas é objeto indireto. O pronome se, então, é índice de indeterminação do sujeito, e o sujeito, conseqüentemente, é indeterminado.

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Estima-se a Jorge Amado.

O verbo estimar é transitivo direto (quem estima, estima alguém); Jorge Amado é objeto direto preposicionado, uma vez que se usa a preposição a, facultativamente, diante do objeto direto quando este for um nome próprio. O pronome se, então, é índice de indeterminação do sujeito, e o sujeito, conseqüentemente, é indeterminado.

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Aqui não se está satisfeito com o governo.

O verbo estar é de ligação, uma vez que indica qualidade do sujeito; satisfeito é predicativo do sujeito. O pronome se, então, é índice de indeterminação do sujeito, e o sujeito, conseqüentemente, é indeterminado.

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Ainda se morre de tuberculose no Brasil.

O verbo morrer é intransitivo (quem morre, morre); não há sujeito claro na oração. O pronome se, então, é índice de indeterminação do sujeito, e o sujeito, conseqüentemente, é indeterminado.

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Observe as seguintes frases:

1) “É coisa averiguada que não se sabe nada e que todos são ignorantes, e mesmo isso não se sabe por certo, pois, em se sabendo, já se saberia algo."

Nessa frase, há três exemplos de partícula apassivadora (PA) e um de índice de indeterminação do sujeito (IIS):

PA: não se sabe nada; isso não se sabe; já se saberia algo. O verbo saber, nas três frases é transitivo direto (quem sabe, sabe algo). Em todos os casos, há elemento paciente (nada, isso e algo): nada é sabido; isso não é sabido; algo já seria sabido). Esses elementos (nada, isso, algo) funcionam como sujeito.

IIS: em se sabendo. Nesse caso, o verbo NÃO é transitivo direto, pois não há o elemento paciente (O que é sabido? Não surge escrito na oração). Não há o sujeito claro, portanto. O verbo é, então, intransitivo.

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2) "Pode-se dizer que a tarefa crítica é puramente formal."

Nessa frase o pronome se é partícula apassivadora, pois dizer é transitivo direto e a oração que a tarefa é puramente formal funciona como objeto direto: Quem pode dizer, pode dizer algo. Alguém pode dizer o quê? Resposta: que a tarefa é puramente formal. O nome da oração que funciona como objeto direto é oração subordinada substantiva objetiva direta.

Como o se é PA, o objeto direto se transforma em sujeito. Na frase apresentada, então, a oração subordinada substantiva objetiva direta transforma-se em oração subordinada substantiva subjetiva, que é o nome da oração que funciona como sujeito.

Quando a oração for subjetiva o verbo da oração principal fica no singular. Por isso a locução pode dizer está no singular.

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Dúvidas? Deixe no Chat ou Comente.
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A presença e a atenção dos pais é fundamental para o desenvolvimento da criança.

O certo é dizer A presença e a atenção dos pais é fundamental ou são fundamentais?

O verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa, ou seja, se o sujeito estiver no singular, o verbo também terá de ficar no singular; se o sujeito estiver no plural, o verbo terá de ficar no plural.

Para se encontrar o sujeito de um verbo, basta perguntar a este Que ou quem é que pratica a ação? ou Que ou quem é que sofre a ação? ou ainda Que ou quem é que possui a qualidade? A resposta será o sujeito. Por exemplo:

O Governador assinou o contrato. Quem é que praticou a ação de assinar o contrato? Resposta: O Governador; este é o sujeito da oração.

O contrato foi assinado pelo Governador. Que é que sofreu a ação de ser assinado? Resposta: O contrato; este é o sujeito da oração.

Os brasileiros estão decepcionados com os políticos. Quem é que possui a qualidade de decepcionado? Resposta: Os brasileiros; este é o sujeito da oração.

Quando o sujeito possuir dois ou mais núcleos, será denominado de sujeito composto. Quando o verbo estiver depois do sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela conjunção e ficará no plural. Como no exemplo:

O Brasil e a Argentina participaram do acordo.

Quando o verbo estiver antes do sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela conjunção e tanto poderá concordar com o elemento mais próximo quanto poderá ficar no plural. Por exemplo:

Participou do acordo o Brasil e a Argentina.
Participaram do acordo o Brasil e a Argentina.

O verbo, porém, terá de ficar no obrigatoriamente singular quando os núcleos forem sinônimos ou verbos no infinitivo ou quando formarem gradação ou um todo indissolúvel. Como nos seguintes exemplos:

A probidade e a honestidade faz falta no Congresso Nacional. O verbo fazer fica no singular porque probidade e honestidade são sinônimos.

A pobreza e a miséria assola o país. O verbo assolar fica no singular porque pobreza e miséria formam gradação ascendente.

Educar a criança e participar de sua vida escolar é importante. O verbo ser fica no singular porque educar e participar são verbos no infinitivo.

O exemplo apresentado no início do texto tem os núcleos formando um todo indissolúvel, pois somente a presença dos pais não é suficiente, nem somente a atenção. As duas devem acontecer inseparavelmente. Por isso o verbo deverá ficar no singular; exatamente como a frase foi apresentada. O certo, então, é dizer:

A presença e a atenção dos pais é fundamental para o desenvolvimento da criança.

EUA vencem o México.

Essa foi uma das manchetes da página do UOL quando, na última Copa do Mundo, a seleção mexicana de futebol foi derrotada pela dos Estados Unidos.
A frase está certa? Vejamos a explicação:

Quando o nome próprio for locativo no plural, ou seja, quando for nome de lugar - país, estado, cidade, etc. - no plural, usado com artigo, o verbo deverá concordar com este. A frase EUA vencem o México tem artigo, pois dizemos Os Estados Unidos; ele apenas está oculto na frase apresentada. O verbo, portanto, deve concordar com o artigo, ficando, assim, no plural, como foi apresentado no UOL: Os Estados Unidos vencem o México.

A regra, então, não depende da presença do artigo, mas sim de sua existência. Campinas, Minas Gerais e Alagoas, por exemplo, não têm artigo; não se diz as Campinas, as Minas Gerais nem as Alagoas. Com esses locativos, então, o verbo não concorda, ficando, assim, na terceira pessoa do singular.

Veja alguns exemplos:

Os Estados Unidos prometeram ajuda aos países pobres.
Alagoas sofre com a seca.
Os Andes apresentam belezas naturais excepcionais.
Minas Gerais sempre teve bons poetas.

Se o nome só plural for nome de obra, e não locativo, o verbo tanto pode ficar no singular quanto no plural. Veja exemplos:

Os Lusíadas imortalizou Camões.
Os Lusíadas imortalizaram Camões.

Um dos que.

Uma das regras de concordância verbal que mais traz dúvidas aos alunos é a que tem como sujeito a expressão um(a) dos que. E aí, caro estudante, essa frase que acabou de ler está adequada ao padrão culto da língua ou não? Você usaria o verbo trazer no singular, como o fiz, ou no plural?: Uma das regras de concordância verbal que mais trazem dúvidas...? Quer saber qual a maneira adequada? Vamos à explicação:

A norma culta da Língua Portuguesa preceitua que, quando o sujeito for formado pela expressão um dos ... que, o verbo poderá ficar no singular ou no plural, dependendo do contexto. Para exemplificar, apresentarei algumas situações, com as respectivas frases:

1) Eu sei que Rodolfo é o único estudante da escola que freqüenta aulas de capoeira, então eu digo: Rodolfo é um dos alunos da escola que freqüenta as aulas de capoeira. Usei o verbo no singular porque tenho certeza de que somente ele pratica a ação: dos alunos da escola, Rodolfo é o único a freqüentar aulas de capoeira.

2) Eu sei que, além de Antônio, outros clientes da loja gostam de Jazz, então eu digo: Antônio é um dos clientes da loja que gostam de Jazz. Usei o verbo no plural porque tenho certeza de que Antônio não é o único cliente que gosta de Jazz: dentre os clientes da loja, muitos gostam de Jazz; Antônio é um deles.

3) Eu não tenho certeza de que Gilberto seja o único jogador do time a ter problemas nos tendões; pode haver outros jogadores com o mesmo problema, então eu posso dizer: Gilberto é um dos jogadores do time que apresenta problemas nos tendões ou Gilberto é um dos jogadores do time que apresentam problemas nos tendões. Posso usar tanto o singular quanto o plural porque não tenho certeza de que somente ele apresenta problemas. É facultativo, portanto, o uso do verbo no singular ou no plural em frases como essa.

Veja outros exemplos:

Foi uma das peças teatrais de Chico Buarque de Holanda que se representou ontem. Singular, pois, das peças de Chico, somente uma foi representada ontem.

Foi uma de minhas filhas que esteve em sua casa ontem. Singular, pois, das minhas filhas, somente uma esteve lá.

Roberto foi um dos amigos que mais me consolaram na hora do sofrimento. Plural, pois, dos amigos, ele não foi o único que me consolou.

O ensino do idioma materno é um dos assuntos que mais gera discussões entre os profissionais da língua. ou
O ensino do idioma materno é um dos assuntos que mais geram discussões entre os profissionais da língua.

Ambas as frases estão adequadas, pois tanto podemos admitir que dentre muitos assuntos o estudo do idioma é o que mais gera discussões entre os profissionais como não.

Voltemos, agora, à frase apresentada no início do texto:

Uma das regras de concordância verbal que mais traz dúvidas aos alunos é a que tem como sujeito a expressão ‘um(a) dos que’? ou

Uma das regras de concordância verbal que mais trazem dúvidas aos alunos é a que tem como sujeito a expressão ‘um(a) dos que’?

Não há certeza quanto a ser essa a regra que mais traz dúvidas aos alunos, portanto é facultativo o uso de singular ou de plural.

Quase metade das grandes descobertas científicas surgiu não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas da simples observação.

Quase metade das grandes descobertas científicas surgiu não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas da simples observação.

E, então, esforçado aluno, você julga estar essa frase adequada ao padrão culto da língua? Ou considera que o verbo surgir deveria concordar com grandes descobertas científicas e, assim, ficar no plural? Afinal, as grandes descobertas científicas é que surgiram da simples observação, não é mesmo? Não é bem assim. Veja as regras concernentes a essa parte da concordância verbal:

Para que o verbo fique adequadamente no singular ou no plural, deve-se encontrar o sujeito, ou seja, o elemento que pratica a ação verbal, ou o que a sofre, ou ainda o que possui a qualidade apresentada. Eis alguns exemplos:

Os estudantes se prepararam adequadamente para o exame.
Nessa frase, o verbo preparar-se está no plural, pois concorda com o sujeito – os estudantes - também plural. Quem se preparou para o exame? Resposta: os estudantes.

A turma se preparou adequadamente para o exame.
Nessa frase, o verbo preparar-se está no singular, pois concorda com o sujeito – a turma – também singular. Quem se preparou para o exame? Resposta: a turma.

Muito bem. Agora imaginemos que nem todos os estudantes se prepararam bem para o exame; apenas cinqüenta por cento deles. E agora? Como deve ficar o verbo? Vejamos.

Se estruturarmos a frase tendo como sujeito a expressão cinqüenta por cento dos estudantes, o verbo terá de ficar no plural, uma vez que todos os elementos que compõem o sujeito estão no plural: cinqüenta por cento e estudantes: Os estudantes se prepararam. Cinqüenta por cento se prepararam. Juntando as duas partes: Cinqüenta por cento dos estudantes se prepararam.
Se, por outro lado, estruturarmos a frase com a expressão Metade dos estudantes, o raciocínio não será o mesmo, visto que o termo metade não está no plural, e sim no singular: Metade se preparou. Os estudantes se prepararam. Juntando as duas partes: Metade dos estudantes se preparou ou Metade dos estudantes se prepararam. Pronto. Eis a explicação. A regra, então, é a seguinte:

Quando o sujeito for um substantivo singular, o verbo deverá ficar no singular, mesmo que o substantivo represente vários elementos. Isso acontece com os substantivos maioria, minoria, grande parte, pequena parte, uma porção, metade, ou com qualquer substantivo coletivo: bando, cardume, arquipélago.... Por exemplo:

Metade se preparou para o exame.
A maioria votou nas últimas eleições.
O bando fugiu assustado.

Quando o sujeito for uma dessas palavras coletivas acompanhada de um restritivo no plural, o verbo tanto poderá concordar com um quanto com o outro, ou seja, o verbo tanto poderá ficar no singular quanto no plural. Veja alguns exemplos:

Metade dos estudantes se preparou / se prepararam para o exame.
A maioria dos habitantes votou / votaram nas últimas eleições.

O bando de pássaros fugiu assustado. ou O bando de pássaros fugiram assustados.

Nesses dois últimos exemplos, observe atentamente a concordância também de assustado: quando o verbo concordou com bando, assustado também concordou; quando o verbo concordou com pássaros, assustado também concordou: assustados. Esse é um caso de concordância verbo-nominal, ou seja, é a concordância do verbo e do adjetivo ao mesmo tempo.

Voltemos à frase apresentada no início da coluna: Não foram todas as descobertas científicas que surgiram da simples observação, mas sim quase metade delas. A frase, portanto, pode ser assim estruturada:


Quase metade das grandes descobertas científicas surgiu não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas da simples observação. O verbo concorda com Quase metade, expressão coletiva singular.

Quase metade das grandes descobertas científicas surgiram não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas da simples observação. O verbo concorda com as grandes descobertas científicas, que está no plural.

Poderíamos também substituir metade por cinqüenta por cento:

Quase cinqüenta por cento das grandes descobertas científicas surgiram não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas da simples observação. O verbo tanto pode concordar com cinqüenta por cento quanto com grandes descobertas científicas. Ambos estão no plural, por isso o verbo fica somente no plural.

Houve problemas ou Houveram problemas?

Houve problemas, pois o verbo haver, no sentido de existir ou acontecer, ou na indicação de tempo decorrido, é impessoal. Que significa isso? Significa que ele não tem sujeito, consequentemente não tem com quem concordar, devendo ficar na terceira pessoa do singular, esteja sozinho ou participando de uma locução verbal .
Quando participar de uma locução verbal, ele e seu auxiliar ficarão na terceira pessoa do singular.

Por exemplo:
Deverá haver muitas reclamações.

Outros exemplos:
Há duas semanas que não o vejo.
Deve haver duzentas pessoas esperando.
Poderá haver complicações legais.
Sempre houve homens honestos no Congresso Nacional.

Fonte: Gramática online.



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